A canola (Brassica napus L. var. oleifera) se destaca como uma das principais oleaginosas do mundo, ocupando a terceira posição em termos de produção global. Desenvolvida a partir do melhoramento genético da colza (Brassica oleraceae e Brassica rapa) por melhoristas canadenses (Embrapa, 2022), essa cultura possui significativa importância econômica e nutricional, gerando subprodutos como óleo para alimentação, biocombustível e farelo para ração animal. O Canadá lidera como o maior produtor e exportador mundial, seguido pela União Europeia, China e Índia, que juntos representam mais de 81,7% da produção global de grãos de canola (Embrapa, 2022).
No Brasil, o cultivo de canola teve início na década de 1970, no Rio Grande do Sul (De Mori et al., 2014). Atualmente, dez estados brasileiros possuem o zoneamento agrícola de risco climático para a cultura, que conta com uma produtividade média nacional de 912 kg/ha (Conab, 2021). O ciclo produtivo da canola se adapta de forma eficiente à sucessão de culturas de verão, otimizando o uso dos recursos agrícolas. Além disso, a rotação com canola contribui para o controle fitossanitário e serve como cobertura vegetal no inverno (Melgarejo et al., 2014).
A introdução da canola na safrinha tem ganhado relevância como uma opção rentável para a diversificação de culturas, possibilitando a rotação com milho, soja, trigo e feijão, entre outras. Isso se deve ao fato de que os resíduos culturais da canola contribuem para o aumento do rendimento e da qualidade desses grãos em cultivos subsequentes, sem interferir na produção de trigo. A disponibilidade de indicativos técnicos para o cultivo, bem como sementes de novos híbridos com resistência a doenças e o suporte técnico oferecido por empresas de fomento, têm impulsionado a expansão desse cultivo (Embrapa, 2022).
Apesar do sucesso internacional, a produção de canola no Brasil enfrenta desafios como a produtividade média inferior à mundial, a exigência de solos férteis para estabelecimento da cultura, a escassez de defensivos agrícolas registrados para a cultura e a necessidade de híbridos adaptados às condições tropicais (Embrapa, 2022). Portanto, torna-se crucial a continuidade de investimentos em pesquisas voltadas para a promoção da cultura em todo território nacional.
REFERÊNCIAS
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento de safra brasileira: grãos. Safra 2020/21, v. 8, n. 4, 2021.
EMBRAPA. Canola: panorama atual e tecnologias de produção no Brasil. GUIMARÃES, C. G.; SANTOS, A. dos; RODRIGUES, E. V.; LAVIOLA, B. G. 2022. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1140176/canola-panorama-atual-e-tecnologias-de-producao-no-brasil. Acesso em: 24 maio 2024
MELGAREJO, Milciades A. et al. Características agronômicas e teor de óleo da canola em função da época de semeadura. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 18, n. 9, p. 934-938, set. 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-1929/agriambi.v18n09p934-938. Acesso em: 24 maio 2024
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