Com o aumento da população global e a crescente preocupação com questões climáticas, a discussão acerca de práticas de agricultura orgânica e sustentável tem se tornado mais frequente. Nesse sentido, buscamos abordar nesse texto o que foi chamado pelo editor norte americano Robert Rodale de agricultura regenerativa.
A definição de agricultura regenerativa, segundo o Rodale Institute, abrange de forma holística as práticas de agricultura que prezam pela inovação contínua e a melhoria ambiental, social e econômica. Seus três pilares são a preocupação com a saúde do solo, seguindo a filosofia “solo saudável, comida saudável, pessoas saudáveis”, o bem-estar animal e a justiça social, buscando remuneração e condições de vida justas e segurança no trabalho de fazendeiros e demais trabalhadores.
Um aspecto interessante desse movimento é o que foi chamado de princípio dos 7 P’s, sendo eles o pluralismo, a proteção, a pureza, a permanência, a paz, o potencial e o progresso, onde cada evolução relacionada ao solo leva a uma diversidade expandida na sociedade e, como consequência, à resiliência e ao desenvolvimento humano. As práticas sugeridas envolvem a rotação de culturas, ou seja, cultivo sucessivo de diversas culturas na mesma área, buscando manter o solo coberto com cultivos durante todo o ano para evitar que ele fique em pousio entre as safras, ajudando a prevenir a erosão.
Além disso, há uma redução no uso de fertilizantes e pesticidas e uma restrição ao uso de Organismos Geneticamente Modificados para promover a biodiversidade, bem como o incentivo à pastagem de gado, que naturalmente estimula o crescimento das plantas.
A adoção dessas práticas pode trazer diversos benefícios para comunidades agrícolas e consumidores. De acordo com pesquisas do Rodale Institute, alguns desses benefícios incluem o aumento da matéria orgânica no solo, uma melhor infiltração de água sem acúmulo de toxinas nos cursos d’água, além de um aumento de 30% nos rendimentos durante condições climáticas extremas. Essas práticas possibilitam a recuperação e manutenção da saúde dos solos empobrecidos, promovendo, assim, um sistema alimentar mais resiliente e sustentável.
Assim, a agricultura regenerativa oferece uma solução promissora para enfrentar os desafios ambientais e sociais do futuro, garantindo a produção de alimentos saudáveis e nutritivos de maneira ética e ecologicamente responsável. Portanto, é crucial continuar explorando e apoiando essas práticas para que possamos colher os frutos de uma agricultura verdadeiramente regenerativa.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Julia. Entenda o que é agricultura regenerativa - eCycle. Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/agricultura-regenerativa/>. Acesso em 12 de julho de 2024.
HOLMES, J. Embracing Robert Rodale’s Core Principles for Soil Health Renaissance. Disponível em: <https://lordingtonparkagronomy.co.uk/robert-rodale-regenerative-agriculture-uk-soils/>. Acesso em: 12 jul. 2024.
RODALE INSTITUTE. Farming Systems Trial - Rodale Institute. Disponível em: <https://rodaleinstitute.org/science/farming-systems-trial/>. Acesso em 10 de julho de 2024.
RODALE INSTITUTE. Regenerative Organic Agriculture. Disponível em: <https://rodaleinstitute.org/why-organic/organic-basics/regenerative-organic-agriculture/>. Acesso em 10 de julho de 2024.
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