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Os impactos do “tarifaço” de Donald Trump no agronegócio brasileiro

  • Foto do escritor: Paula de Castro Nunes Santos Vilela
    Paula de Castro Nunes Santos Vilela
  • 16 de jul.
  • 2 min de leitura

O comércio internacional de produtos agropecuários é fortemente influenciado por disputas geopolíticas e políticas tarifárias adotadas por grandes potências. Entre os movimentos mais relevantes dos últimos anos, destaca-se o conjunto de tarifas impostas pelos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump, conhecido como “tarifaço”. Essa política, implementada em diferentes fases, teve como justificativa proteger a economia norte-americana e reequilibrar déficits comerciais, mas gerou repercussões significativas nas cadeias globais de suprimentos — afetando fluxos de exportação, preços e estratégias de planejamento de países produtores como o Brasil.

Em julho de 2025, o então presidente Trump anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras, com entrada em vigor em agosto do mesmo ano (G1, 2025). Os efeitos foram imediatos, atingindo setores estratégicos do agronegócio brasileiro, que, em 2024, exportaram cerca de US$ 2 bilhões em café para os Estados Unidos, além de volumes expressivos de carnes e suco de laranja. O Brasil detém cerca de 30% do mercado americano de café e 73% do de suco de laranja (G1, 2025; MarketWatch, 2025).


Com a elevação das tarifas, os produtos brasileiros tornaram-se menos competitivos, incentivando compradores norte-americanos a buscarem fornecedores alternativos. A expectativa é de uma queda na demanda por itens-chave como café, carnes e suco de laranja. A possível redução nas exportações pode gerar acúmulo de estoques no mercado interno, pressionando os preços domésticos e impactando diretamente produtores rurais e cadeias produtivas associadas.

Além disso, o anúncio do tarifaço provocou oscilações cambiais, levando à desvalorização do real para patamares entre R$ 5,55 e R$ 5,61 por dólar. Isso elevou os custos de produção e o preço de insumos importados, dificultando o planejamento financeiro dos produtores (MarketWatch, 2025).


O tarifaço representa, portanto, um choque relevante para o agronegócio brasileiro, especialmente para os setores mais dependentes do mercado dos Estados Unidos. Avaliar esses efeitos é essencial para a formulação de políticas públicas voltadas à mitigação de riscos e ao fortalecimento da competitividade externa.


Nesse contexto, investimentos em tecnologia, rastreabilidade e inteligência de mercado tornam-se estratégicos. Compreender as conexões entre geopolítica e agronegócio é fundamental para formular estratégias de resiliência, promovendo sustentabilidade, inovação e novas oportunidades comerciais para o agro nacional.


Referências Bibliográficas


G1. (2025, 9 de julho). Tarifação de Trump: veja quais são os produtos que o agronegócio do Brasil mais vende para os EUA. https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2025/07/09/tarifaco-de-trump-veja-quais-sao-os-produtos-que-o-agronegocio-do-brasil-mais-vende-para-os-eua.ghtml


MarketWatch. (2025). Prices for coffee and orange juice are jumping after Trump hits Brazil with 50% tariff. https://www.marketwatch.com

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Os conteúdos dos textos publicados neste blog refletem exclusivamente a opinião dos autores e não representam, necessariamente, as opiniões do Centro de Estudos em Mercado e Tecnologias no Agronegócio da Universidade Federal de Lavras (AGRITECH UFLA), da Universidade Federal de Lavras (UFLA) ou das agências de fomento que financiam as pesquisas do AGRITECH UFLA.

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