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Efeitos da política tarifária americana sobre a economia brasileira

  • Foto do escritor: Jaqueline Costa
    Jaqueline Costa
  • 12 de mai.
  • 2 min de leitura

As políticas tarifárias adotadas pelos Estados Unidos têm suscitado intensos debates e preocupações, tanto no âmbito doméstico quanto internacional. As medidas implementadas em 2025 guardam paralelos históricos importantes, especialmente com as tarifas de 1828, durante a presidência de John Quincy Adams, e com a Lei Smoot-Hawley de 1930, sancionada pelo presidente Herbert Hoover em meio à Grande Depressão. Como observado em períodos anteriores e agora com o agravante de três décadas de intensa globalização, essas políticas têm implicações profundas para a economia global. Elas tendem a frear o crescimento, inibir a inovação e comprometer a estabilidade financeira, tornando as economias menos eficientes e mais suscetíveis a choques externo.


O aumento tarifário de 15 pontos percentuais sobre todas as importações tem como objetivo declarado proteger a indústria americana e reduzir o déficit comercial. Segundo estimativas do Peterson Institute for International Economics (PIIE, 2025), essa medida poderia limitar o crescimento do PIB global a 2,5%, em comparação aos 3,2% observados em 2024. Os efeitos colaterais sobre o crescimento econômico, os níveis de emprego e os salários reais tendem a ser negativos. Isso indica que o saldo líquido dessa política pode ser inferior ao esperado, especialmente diante de possíveis medidas retaliatórias por parte da China, Canadá e México, principais parceiros comerciais dos Estados Unidos. Ao adotarem tarifas mais elevadas, esses países podem afetar as exportações americanas e intensificar as tensões no comércio global.


Para o Brasil, as políticas tarifárias adotadas pelos Estados Unidos representam tanto oportunidades quanto desafios. No curto prazo, a imposição de tarifas sobre produtos chineses pode abrir espaço para que exportadores brasileiros ampliem sua participação no mercado chinês, especialmente no setor do agronegócio. Além disso, a busca por novos fornecedores por parte de países impactados pelas tarifas norte-americanas pode favorecer o Brasil, oferecendo oportunidades para diversificar e expandir suas exportações.


Por outro lado, no longo prazo, a desaceleração do comércio global e a instabilidade econômica geradas pela “guerra comercial” podem impactar negativamente a economia brasileira. Entre os possíveis efeitos estão o aumento da volatilidade nos mercados financeiros e cambiais, além da redução na demanda internacional por commodities brasileiras.


Nesse contexto, o Brasil enfrentará o desafio de manter sua competitividade em um cenário internacional cada vez mais protecionista. Para mitigar os impactos negativos dessas políticas, será essencial adotar estratégias voltadas à diversificação de mercados, fortalecimento da indústria nacional por meio de investimentos em pesquisa e inovação, e à melhoria do ambiente regulatório e de negócios. Tais medidas poderão contribuir para tornar a economia brasileira mais resiliente às flutuações externas e capaz de aproveitar as brechas comerciais que surgirem em meio à nova configuração do comércio internacional.


Referencias:





PETERSON INSTITUTE FOR INTERNATIONAL ECONOMICS. Página oficial. Disponível em: https://www.piie.com. Acesso em: 24 abr. 2025.

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Os conteúdos dos textos publicados neste blog refletem exclusivamente a opinião dos autores e não representam, necessariamente, as opiniões do Centro de Estudos em Mercado e Tecnologias no Agronegócio da Universidade Federal de Lavras (AGRITECH UFLA), da Universidade Federal de Lavras (UFLA) ou das agências de fomento que financiam as pesquisas do AGRITECH UFLA.

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