Empreendedorismo no Agronegócio: A força dos pequenos produtores
- Caroline Mendonça Nogueira Paiva
- há 3 horas
- 3 min de leitura
O agronegócio é um dos principais motores da economia brasileira, sendo responsável por 49,3% das exportações nacionais nos primeiros sete meses de 2025 (MAPA, 2025) e podendo chegar a 29,4% do PIB do país, segundo estimativas do CEPEA (2025). Mas a sua relevância vai além dos números: o setor gera emprego, renda e alimento para milhões de famílias o que exige criatividade, cooperação e inovação por parte dos produtores.
Diante deste cenário, o empreendedorismo e a inovação aparecem como caminhos para que produtores — especialmente os pequenos e médios — consigam se manter competitivos em um mercado cada vez mais dinâmico e instável. Mas afinal, o que é empreendedorismo no agronegócio?
O empreendedorismo é a capacidade transformar ideias em negócios sustentáveis, criando novas oportunidades de renda e desenvolvimento no meio rural. A inovação, por sua vez, é introduzir novidades — seja um produto, processo ou forma de organização — que melhorem a produção e agreguem valor ao campo.
Quando falamos em Empreendedorismo e Inovação no agronegócio, é comum imaginar grandes fazendas, maquinários de última geração e exportações em larga escala. No entanto esse não é o único retrato do setor. Aagricultura de pequena e média escala também desempenha um papel essencial, pois é responsável por uma parte significativa dos alimentos que chegam ao mercado interno. Além disso, fortalece a economia local, preserva tradições culturais e contribui para o desenvolvimento das comunidades onde vive.
Empreender e inovar no agronegócio não significa, necessariamente, investir em máquinas caras ou em tecnologias de ponta. Muitas vezes, a inovação está em pequenas mudanças do dia a dia que trazem grandes resultados. Veja alguns exemplos:
• Diversificação da produção: plantar diferentes culturas ou criar mais de um tipo de animal, reduzindo riscos e garantindo novas fontes de renda.
• Agregação de valor: transformar a matéria-prima em produtos com maior preço de mercado, como queijo artesanal a partir do leite ou geleias a partir de frutas.
• Venda direta ao consumidor: participar de feiras locais, usar redes sociais ou aplicativos de venda para chegar ao cliente sem depender de intermediários.
• Turismo rural: abrir a propriedade para visitas, oferecer experiências como colheita de frutas ou degustações de produtos, criando novas fontes de receita.
• Cooperação entre produtores: formar associações ou cooperativas para comprar insumos mais baratos, compartilhar máquinas e ter mais força na hora de vender.
• Uso de tecnologias acessíveis: desde aplicativos simples de gestão de produção até grupos de WhatsApp para organizar vendas coletivas.
• Valorização da identidade local: destacar a tradição, a cultura e a história por trás de um alimento, criando diferenciação e aumentando o interesse do consumidor.
O empreendedorismo no agronegócio, especialmente em contextos de pequena escala, está diretamente ligado à resiliência e criatividade. Diante de desafios como acesso restrito ao crédito, variações de preço e mudanças climáticas, muitos agricultores desenvolvem soluções próprias, constroem redes de cooperação e exploram nichos de mercado que privilegiam qualidade, identidade territorial e sustentabilidade.
Empreender no campo é reconhecer que cada propriedade, por menor que seja, pode se transformar em um negócio inovador e capaz de gerar impacto positivo para a família, a comunidade e o país.
Referências:
CEPEA, 2025. Disponível em: https://www.cepea.org.br/br/pib-do-agronegocio-brasileiro.aspx Acesso em 08/09/2025.
MAPA, 2025. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/relacoes-internacionais/estatisticas-de-comercio-exterior Acesso em 08/09/2025.
Este estudo foi financiado pela FAPESP, processos nº 2022/09319-9, nº 2023/18453-3 e nº 2023/18452-7.
