A expansão da Tecnologia da Informação em diferentes áreas da economia se mostrou ainda mais urgente nestes anos de pandemia. Diversas organizações migraram seus negócios para a nuvem ou passaram a alicerçar suas atividades com uso de TI. No agronegócio não foi diferente.
Mas o Brasil ainda carece de mais investimentos quando o assunto é conectividade. E os produtores rurais não passam alheios aos prejuízos causados por essa defasagem.
“Temos cinco milhões de produtores, sendo apenas 10% grandes, com capacidade de investimento. Mas o pequeno e médio produtor também precisa usar nova tecnologia [...], mas colocam desafios: conectividade, capacidade de investimento e capacitação de mão de obra qualificada”, afirma Silvia Massruhá, pesquisadora e ex-chefe-geral da Embrapa Agricultura Digital, em matéria veiculada no portal Convergência Digital.
Os estudos para implantação e leilões para o 5G parecem entrar em contradição com a realidade do campo: ainda segundo a pesquisadora, apenas 23% da área rural brasileira é coberta por conectividade. Atualmente, são cerca de 4,4 mil antenas na área rural. “Se dobrar o número de antenas, a projeção é de um aumento de R$ 46 bilhões na produção. Com 15 mil antenas, 90% de cobertura rural, serão quase R$ 100 bilhões de aumento”, afirma Silvia.
O agronegócio é um dos setores mais importantes para o país, representando grande parcela do nosso PIB. O 5G tem sido considerado por muitos como “a nuvem das nuvens”. No entanto, ainda é preciso olhar para trás e reconhecer que isso só será possível mediante políticas e investimento tecnológico nas áreas rurais. Não apenas torres de telefonia, mas toda tecnologia necessária para promover a conectividade do produtor, criando um “ecossistema integrado”, como afirma Silvia.
Se a agricultura digital é o futuro, a conectividade no campo é a estrada que leva até este futuro. É preciso compreender que a tecnologia do agronegócio vai muito além de maquinário para produção; perpassa principalmente pelo uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC) de maneira integrada, para que possam gerenciar toda a cadeia produtiva no campo. A gestão das TICs nas propriedades rurais se faz cada vez mais necessária, devido principalmente à quantidade de dados que são gerados diariamente, seja na produção ou pelo mercado do agronegócio. Cabe aos atores deste meio adotarem as ferramentas necessárias para que a tecnologia esteja alinhada aos seus negócios. Mas isso só será possível com um campo cada vez mais conectado.
REFERÊNCIAS
Luis Osvaldo Grossmann, Luis Osvando. Triplicar antenas de celular no campo injetaria R$ 100 bilhões ao agronegócio. Convergência Digital. Internet móvel. 23 mar. 2022. Disponível em: 23/03/2022https://www.convergenciadigital.com.br/Internet-Movel/Triplicar-antenas-de-celular-no-campo-injetaria-R%24-100-bilhoes-ao-agronegocio-59802.html#.YjzbZOfMJPY. Acesso em 24 mar. 2022
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